Mundo do Swing

 Estávamos em um relacionamento monogâmico, na época do namoro. Como todo casal de namorados, transávamos sempre que nos encontrávamos. Ficávamos de amasso no ponto de ônibus, na pracinha... Não havia local, nem hora para uma boa ereção ou uma calcinha melada. 

 Sempre conversávamos sobre as experiências sexuais anteriores ao nosso relacionamento. Enquanto o Sr. Cult era aberto e narrava os detalhes de suas conquistas antigas, a Srª Cult quase sempre se esquivava do assunto e contava pouco, ocultando detalhes, com receio de parecer safada. Numa dessas conversas, Ela confessou ter tido experiências com garotas. 

 Depois dessa confissão, nos pegamos várias vezes imaginando como seria se houvesse uma amiga para incrementar o ato. Essa fantasia ganhava asa na hora H e foi assim que percebemos que tínhamos tesão na possibilidade de nos ver com outra pessoa. 

 Quando a Srª Cult propôs que fôssemos a procura de uma pessoa para enfim colocar a ideia em prática, o Sr. Cult não concordou de primeira, afinal, uma coisa é fantasiar na segurança do quarto, só nós dois, outra coisa é envolver terceiros numa relação que estava dando certo. Mas, depois de discussões, a balança pesou para o sim, e fomos em busca de uma amiga. 

Procuramos na internet, na sala de bate-papo da uol. Encontramos uma mulher, da nossa faixa de idade, conversamos, expomos o que queríamos, trocamos contato. Conversamos mais, trocamos fotos. Tudo acertado! Marcamos um encontro numa choperia. 

 Chegado o dia D, fomos para o lugar combinado. Esperamos um pouco, com muito frio na barriga. A mulher chegou. Conversamos, bebemos. Tudo indicava que o encontro ia ser um sucesso, até que a Srª Cult não se sentiu confortável com a situação e a noite se transformou num grande fracasso. 

 Às vezes, não imaginamos qual será a nossa reação de frente a uma situação nova. É um misto de sensações muito grande e difícil de controlar.  Fomos para casa, conversamos, íamos desistir da ideia. Passaram algumas semanas. Continuamos pesquisando sobre relacionamentos liberais, e foi assim que conhecemos o Swing. 

Essa primeira experiência,  sem ocorrer o ato de fato, foi o que definiu nossa continuidade no meio liberal. Pois, foi o saber lidar com um encontro fracassado que nos fez ter segurança para os encontros futuros.